sábado, 21 de abril de 2012

Santa Apolônia, Virgem e Mártir  
Comemoração Litúrgica:  09 de fevereiro.   Também nesta data - Santo Alexandre e São Donato
 Santoral da Igreja
                                                 Existia no ano de 248, na cidade de Alexandria, um célebre feiticeiro, que profetizava uma grande desgraça, de que a cidade seria vítima, se os adoradores dos deuses não resolvessem a exterminar os cristãos, que eram seus maiores inimigos. O povo deu crédito às predições do embusteiro, e abriu forte campanha contra os discípulos de Cristo.
                                                 Uma das vítimas da cruel e estúpida perseguição foi Apolônia, donzela conhecida na cidade e estimada pelas suas virtudes. Levada ao templo pagão e intimada a prestar homenagens às divindades, resolutamente se negou, dizendo: “Meu Deus é Jesus Cristo e só a ele adorarei. Enquanto tiver vida, minha língua louvará a Deus, meu Senhor”.
                                                 Os algozes pagãos ouvindo estas palavras, armaram-se de pedras e quebraram-lhe os dentes. Apolônia, horrivelmente machucada e sentindo fortíssimas dores, levantou os olhos ao céu, sem pronunciar uma palavra, sem soltar um só gemido. Em vista desta firmeza, os pagãos ameaçaram-na com a fogueira. Apolônia respondeu: “Como poderia trair aquele que meu coração escolheu, o meu Esposo, de quem é todo o meu amor?  Não o farei. Antes sofrer morte crudelíssima e morrer mil vezes, que abandonar a meu Jesus”. Fizeram então os pagãos uma grande fogueira e puseram a donzela diante da seguinte alternativa: “Ou agora mesmo sacrificas aos deuses, ou te lançamos viva ao fogo”. Apolônia não respondeu, deteve-se um momento, como se quisesse deliberar alguma coisa e de repente, com um movimento brusco, desembaraçando-se das mãos dos algozes, se lançou ao fogo. As chamas consumiram-lhe inteiramente o corpo. Os cristãos procuraram depois os ossos da mártir e guardaram-nos com muito respeito. Em Roma foi construída uma igreja em honra de Santa Apolônia.
                                                 O nome da santa Mártir goza de grande veneração entre o povo cristão. Invocam-lhe a intercessão nos sofrimentos dos dentes.
                                                 A Igreja Católica não aprova o suicídio, ainda que os motivos sejam iguais aos que levou a mártir Apolônia a buscar a morte. Os Santos Padres, embora não justifiquem o suicídio de Santa Apolônia, nem tão pouco o propõe aos cristãos, como exemplo para imitar. Os mesmos Santos Padres explicam-no, supondo em Apolônia, uma inspiração superior e grande desejo de estar com Jesus Cristo, seu divino Esposo. O martírio de Santa Apolônia deu-se a 9 de fevereiro em 248 ou 249.
Reflexões:
                                                 A admirável constância na fé, que Santa Apolônia revelou no meio de bárbaras torturas e desumanos tormentos, teve sua fonte no amor a Jesus Cristo. Só o amor a Deus é capaz de dar ao homem força e coragem para fazer os maiores sacrifícios. O amor de Deus transforma o homem carnal e egoísta, e fá-lo esquecer as comodidades e prazeres da vida. A alma que tem amor a Deus, despreza a dor, o escárnio do mundo e procura unicamente agradar ao seu supremo Senhor.
                                                 Dores e tormentos, longe de serem consideradas uma desgraça para o homem, amigo de Deus, são por ele recebidos e aproveitados, como meios poderosos de desenganá-lo  cada vez mais do mundo e uni-lo ao Bem Supremo.  Eis a explicação da alegria dos mártires, fato estranhável que observamos nos heróis do cristianismo: em vez de seguirem o impulso natural do homem, que se entristece desespera na presença da morte iminente, mostram-se alegres e entoam hinos de louvores.
                                                 O modo por que Santa Apolônia pôs termo à existência não nos pode e nem deve servir de exemplo, para o imitarmos. Não é lícito a ninguém, nem aos próprios médicos, acelerar a morte, por mais inevitável que seja. Se os Santos Padres elogiam a coragem de Santa Apolônia, é por que razão  reconhecem  nesse proceder uma inspiração do Espírito Santo, e o impulso do  ardente amor a Jesus Cristo, a quem desejava confessar viva e morta.
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********** ***********  Os Santos da Igreja
Referência bibliográfica: Na luz Perpétua,  5ª.  ed., Pe. João Batista Lehmann, Editora Lar Católico - Juiz de Fora - Minas  Gerais,  1959.

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